terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Prece

E se a felicidade te bater, apanhe.
E se bater parecer melhor, duvide.
E se perder for ruim demais, não ganhe.
E se perder lhe fazer chorar, não revide.

Não tem porque fazer sofrer apenas por sofrer.
Não tem porque dizer que dói se a dor já for doer.
Não tem porque viver de amor pra se defender.
Do amor também se apanha, nem tudo tem porquê.

Não é porque a mentira é feia que a verdade é bonita.
Repita.
Padece.
Respira.
Emudece.
Respinga.
Endurece.
Recua.
Adormece.
Cura.
Amanhece.
Parte.
Entristece.
Sofre.
Esquece.
Ama.
Resplandece.
Coitada da verdade que é vítima: do eu; do duvidar; do fiz; do machucar.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Me Espera Carnaval!

E agora? 
O carnaval tá chegando! 
O tempo anda correndo! 
A mulata tá sambando! 
O samba não é lento! 
Será que o tempo tem tempo pro tempo? 
Será que pinto o rosto e seco no vento? 
Não quero perder nada! 
Me esperem confete e serpentina! 
Me esperem máscaras e fantasias! 
Me espere dia! 
Pois a noite é jovem e inquieta. 
Ela não espera, sou eu quem corro atrás dela.


Corro sem receio!
Medo já não tenho!
Prometo sambar e sambar!
Se o carnaval quiser me esperar!
Vou só pegar minha camisa rasgada!
Vai na frente que te alcanço de corpo e alma!
Pra gente correr atrás do bloco todo!
Pra gente se pintar de novo e de novo!
Pra gente olhar pro povo devagar!
Pra gente dançar, dançar e dançar!
Pra gente ver quem se ama se amar!
Pra gente ver que existe mesmo o tal do amar!
Pra gente gritar e gritar!
Pra gente gritar o nosso amar! 


O carnaval tá chegando!
O carnaval tá arrastando!
Uma multidão sem tamanho!
Com sede de festa! 
Com tinta na testa!
E sorriso no rosto!
E samba no pé!
Sentimento deposto!
É bom ou não é?
Acordo pra isso tudo!
Não é tempo pra luto!
É tempo pra cadencia!
Pois por favor tenha a decência!
De sair! 
De cantar! 
De sorrir!
De amar!
De vir!
De se encantar!



segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Balela

Feliz de acordar o dia de meus braços fazerem volta em tais curvas nuas de tais lindas ruas. Sou feliz quando antes da presença, passado isso, meus olhares e quereres tem menos olhos e mais crença, e meu eu quando pensa, pensa só em querer o eu teu. Me deixem viver de manias! Pois garanto que as minhas são queridas e desejadas, como quem deseja samba pra sambar. Como quem deseja o amor das amadas. Como quem deseja a ela pra acordar. Me deixem viver meu texto mais bonito! Aquele de mais rimas. Daquelas que arrancam sorrisos por sua graça e cadencia, da menina. Deixem que caia em cima de mim o balão do fascínio, porque neste instante, faria ele voar só com o ar de tão quentes devaneios que me vem a devanear. Esse calor, que não é só da paixão, mas de frio não alcunho o amor. E de ar frio não sobe o balão. Só não me deixem acordar sem ela não.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Soneto de Renda e de Joelho

Falo a saudade é com camaradagem
É íntima de amor e recliná-la é ato vão
Cedo ao brilho vindo da tua imagem
Mais cedo ouço em tuas cartas que não

Minha cama (tua) assim vira pastagem
É qualquer coisa entre o amor e a solidão
Reclamar por teu corpo é quase maldade
Não clamar é renunciar minha paixão

Desejo de pintar o céu de vermelho
Ao ver a renda cobrir teu joelho
Distraída, tu seguras minha mão

E se riso mais bonito que eu aponte tu quiseres
Que me desculpem das cores todas, as mulheres
Mas não existe não