segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Rei Menino: Parte II

E quantas vezes o menino já desceu tal rua perdida aos soluços, tão intensos que inibiam qualquer tentativa de choro. Sem norte, sem vento soprando, sem tempo esperando que espera da saudade viva. Sem sorte. Deu duas voltas no nada, deu uma trombada numa senhora gaga, e nem a aceitação das desculpas pedidas quis esperar pra ouvir. No ônibus, mais de um sentaram do teu lado. Mais de três trocaram de lugar devido a agudez de sua inercia total. Suas mão procuraram as dela depois do abraço usual, nada acharam. É menino, sei que gosta do caminho, mas se aguenta que não tá sozinho. Se aguenta que esse final é de versão pra colecionador. O teu tão cedo desponta. Só dor. Sem dor. Só dor. Sem dor. Assim nasceu, assim é teu amor.