quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Uma vez

"Havia venenos tão sutis que para conhecer as suas propriedades, era preciso adoecer". E adoeci. Adoeci em meus desejos, adoeci em minhas palavras, adoeci em minhas veias. Veias, por ela contadas uma a uma em meus braços brancos, com uma certa satisfação que por costume de ser, vestia um sorriso. E o vestia por perceber que seu veneno quente, eufórico e agridoce - que causava em mim tanto prazer ao pequeno preço da amargura - viajava à velocidade de uma meia luz acesa no quarto, pelas verdes partes de meu corpo. Adoecido e encantado.